OU.kupa é um festival criado por Piny, um projeto de apoio à criação artística, pensamento e pesquisa sobre as culturas de danças urbanas – rua, clubbing e ballroom. Celebra OUtras histórias da dança, apoiando criadores e dando visibilidade a linguagens de contextos não formais. Nesta 2.ª edição, a decorrer no Teatro do Bairro Alto e no Jardim de Verão da Gulbenkian, com residências em vários espaços, há a estreia de seis peças de dança, uma exposição, sessões de treino de House e Hip hop com DJ sets, 3 conversas, um Ball (Vogue), e duas battles onde estarão representados o Breaking, Hip hop, Funky Styles, Krump e House.
2.ª EDIÇÃO OU.KUPA
CONTO PRETO
de Adrielle Oliveira (Nala Revlon)
Mais do que um conto, a peça Conto Preto é um testemunho vivido por quatro intérpretes, que trazem à cena as suas histórias e intersecções numa jornada de sensações, percursos de existência e atos de resistência que moldam cada corpo e cada trajetória. A luta pelos direitos civis e pela libertação LGBTQIA+ nos anos 60, nos Estados Unidos, impulsionou a criação de espaços de pertença. Dessa necessidade, surgiu a cultura ballroom e, com ela, o voguing. Marcha, reivindicação, excelência, beleza, poder e, acima de tudo, liberdade são os pilares desta história.
WABI-SABI - ECHOES OF (IM)perfection
de André Speedy Garcia
Uma exploração visceral de como a alma encontra harmonia na discórdia e de como o imperfeito se pode tornar um ato sagrado de criação. Uma meditação sobre o delicado equilíbrio entre o caos e a simetria, desafiando as noções convencionais de beleza e capacidade. No seu solo, Wabi-sabi – Echoes of (Im)perfection, o bboy André Speedy Garcia guia-nos por uma jornada onde a verdadeira arte se revela, não na procura pela perfeição técnica, mas na ousadia de transformar limitações em expressões de graça e força.
A BRIEF HISTORY OF COUNTERCULTURE
de Vasco Alves
Uma jornada pela história do Hip-Hop, desde suas origens no Bronx dos anos 70 até sua afirmação global como voz da resistência. Combinando várias danças de rua, a peça retrata como esta cultura desafia sistemas, rompe barreiras e inspira gerações por meio da arte, da música e da identidade, mantendo viva a sua essência de protesto e expressão e como a sua presença na sociedade artística vem romper com o status quo tradicional.
ECOS
de Julio Becker Pavani
Ecos discorre sobre diferentes caminhos que uma paixão nos pode dar para seguir, até que os questionamentos surgem: “É isto o que nós queremos?”; “É isto o que nós precisamos?”; “É isto o que nós somos?”.
O eco dessa paixão em nossas vidas é diferente. Também pessoas e aprendizagens fazem parte desta trajetória, as suas atitudes e as palavras trazendo peso às nossas escolhas.
Seguimos o que nos faz felizes, que torna a nossa vida mais calma e aconchegante, como casa; entretanto, estamos realmente a caminhar da melhor maneira possível?
TU QUE ÉS COLO E CONFLITO
de Beatriz França
Tu que és colo e conflito propõe uma investigação profunda sobre a relação intergeracional entre mãe e filhe onde se exploram os limites entre controle e entrega, ecoando uma poderosa linguagem para mediar as tensões e as nuances desta relação.
Através da estrutura cíclica do House, a obra convoca uma experiência catártica onde o corpo se torna o campo de batalha entre o silêncio do arrependimento e o grito da reconciliação.
Aqui, o House é facilitado como uma forma de devolver aos corpos – e às relações – a possibilidade de cura, através de um diálogo não-verbal que abraça tanto o conflito quanto a reconciliação.
De que forma os corpos carregam, reproduzem ou rompem padrões familiares herdados?
STRUGGLES OF A BLACK DANCER
de Diese Vieira
No palco, a história de quatro bailarinas negras – Diese, Mariana, Joana e Banora – ganha vida. Vindas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé, elas enfrentam os desafios de serem mulheres negras no mundo da dança afro em Portugal.
Mais do que uma performance, Struggles of a Black Dancer é um grito de luta, resistência e celebração. A peça explora o sofrimento, a força e a superação que moldam suas jornadas. De barreiras invisíveis à união triunfante, constrói-se uma narrativa visual poderosa, onde as raízes africanas brilham como símbolo de resiliência e identidade.
Uma ode à arte, à cultura e à coragem.