PT | EN

"A digitalização desobjetifica o mundo ao torná-lo informação. Está também a abolir memórias. Em vez de perseguir memórias, armazenamos grandes quantidades de dados. (...) Não vivemos num reino de violência, mas num reino de informação mascarada como liberdade. Byung Chul Han

Hard to be a God é uma peça baseada no romance distópico Island of Lost Memory, da autora japonesa Yoko Ogawa, que serve de inspiração para uma tradução físico-sensual autónoma, livre de restrições narrativas clássicas. Nesta obra, uma ditadura anónima tem coisas e memórias banidas pela denominada polícia da memória. Aqueles que as perseguem são presos, deportados ou mortos. Até que tudo se dissolva paisagens, posses, corpos primeiro em partes, depois na sua totalidade.

Hard to be a God centra-se no complexo temático do desaparecimento/esquecimento e entende o romance de Ogawa como uma analogia do nosso presente, onde inúmeros dados são armazenados e encarnam no nosso mundo em bits e byts, o que acabará por nos fazer esquecer o passado e a nossa fisicalidade.

Ficha Artística / Técnica

Direção Artística
Moritz Ostruschnjak

Com
Daniel Conant, David Cahier, Guido Badalamenti, Magdalena Agata Wójcik, Miyuki Shimizu, Roberto Provenzano

Co-produção em Residência
O Espaço do Tempo

Nas suas obras, Moritz Ostruschnjak explora as transformações das experiências físicas e sociais em tempos de digitalização e virtualização. As suas peças funcionam como espaços compostos por hiperligações, que utilizam a maquinaria mediática do século XXI tanto como motivo como arquivo, refletindo e espelhando os processos sociais. Seguindo os princípios do pick & mix e do cut & paste, elementos e ligações altamente heterogéneos formam a narrativa de uma realidade onde as fronteiras entre política, entretenimento e populismo se tornam cada vez mais difusas.

Como membro ativo da cena de graffiti, Moritz Ostruschnjak desenvolveu o seu interesse pela dança contemporânea através do breakdance. Estudou na Iwanson International, em Munique, e concluiu a sua formação com Maurice Béjart, em Lausanne. Posteriormente, trabalhou como bailarino na Alemanha e no estrangeiro.

Moritz Ostruzschanjak (DE)

Newsletter