Uma boca que engole tudo.
Ela engole florestas, águas, até engolir a si mesma.
E todos, sem exceção, serão devorados pela terra. BOCA COVA – Delírio de Grandeza, será a última peça de uma trilogia que começou com Overtongue (2021) e Lessons for Cadavers (2022). Essa série de obras questiona o que é artificial e natural em nós, e como o aprendizado e a reprodução da linguagem moldam nossos comportamentos.
Em Boca Cova, juntamente com 6 bailarinos, Michelle Moura explorará estados físicos entre o êxtase e a vertigem, o humano e o não-humano para gerar corpos estranhos, vulneráveis, esculturais e em trânsito, observando como o capitalismo orienta nosso desejo e nossa relação com as pessoas, a natureza e nós mesmos.No processo de ensaio, o grupo se inspirará nas fotos épicas de Sebastião Salgado em Serra Pelada, uma mina de ouro brasileira ativa na década de 80, danças coletivas e cantos de trabalho, mitologias e perspectivas não eurocêntricas sobre a insaciabilidade, desejo de mundo e destruição. O que o extrativismo faz com (nossos) corpos?
Boca Cova foi um projeto apoiado pelo FELD/LAB, uma iniciativa promovida pel'O Espaço do Tempo com o apoio do Goethe-Institut em Portugal.