No projeto de cruzamento disciplinar Corpo, com criação de Ana Luena & José Miguel Soares e Nuno Nolasco, explora-se questões identitárias da relação com o corpo enquanto outro. Mas o corpo não é tão só corpo, ele transforma-se com o progresso da cultura, da ciência, da tecnologia e da inteligência artificial. Neste projeto de caráter experimental parte-se da ideia que existir e estar vivo é uma percepção composta por milhares de sensações simultâneas e que o nosso mundo não é um único e o nosso corpo também não é apenas um, é múltiplo. A residência Ilha Corpo, que decorreu em Évora, foi o primeiro momento de investigação e pesquisa em torno de ensaios e referências sobre o corpo, em que a escritora Filipa Leal criou o texto original que serve a dramaturgia do espetáculo. A Lentidão do Mundo. Três corpos, três vozes, três tempos. A mulher que limpa calmamente a piscina, ou a mulher deitada, a apanhar laranjas. O atleta, ou nadador, o rapaz que vive da velocidade. O homem sentado, ou o pai envelhecido, que nunca se viu ao espelho. Três personagens cujos corpos contêm vários corpos, num jogo de identidades que se alteram na relação com o outro, na relação com a própria vida a avançar mais ou menos intensamente, mais ou menos dolorosamente, mais ou menos lentamente.
Ficha Artística / Técnica
Criação
Ana Luena & José Miguel Soares
Texto Original
Filipa Leal (Residência de escrita Ilha Corpo)
Encenação, cocriação e interpretação
Nuno Nolasco
Música e Interpretação
Mariana Ramos Correia
Interpretação voz-off
Carlos Paiva, Diogo Bach, Erica Rodrigues
Espaço Cénico e Figurinos
Ana Luena
Fotografia
José Miguel Soares
Estagiária em Produção Executiva e Comunicação
Sandra Teixeira
Design Gráfico
Joana Areal
Produção
Malvada - Associação Artística
Residência de Co-Produção
O Espaço do Tempo
Apoio
União das Freguesias de Évora (Centro Histórico de Évora), Junta de Freguesia dos Canaviais, União de Freguesias do Bacelo e Senhora da Saúde, União de Freguesias da Malagueira e Horta das Figueiras, Sociedade União Eborense - Bota Rasa, cofinanciado por IEFP, União Europeia
A Malvada Associação Artística é uma estrutura financiada pela REPÚBLICA PORTUGUESA - CULTURA / DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES com o apoio do MUNICÍPIO DE ÉVORA
Fundada em 2018 pela dupla de artistas Ana Luena & José Miguel Soares, a Malvada tem como fim a realização de projetos de criação que abrangem diferentes áreas artísticas e do conhecimento, cruzando disciplinas como a fotografia, o vídeo, a literatura, a música, o teatro e a performance. Promove atividades de criação e fruição artísticas que envolvem a comunidade através da participação ativa em ações de mediação, serviço educativo, acessibilidade e inclusão social.