ERRANTE, uma criação da autoria de Ana Luena & José Miguel Soares, inspira-se na relação entre o migrante e o conceito de “terrain vague”, como espaço expectante, abandonado, mais ou menos delimitado, que habita no coração da cidade. Estas manchas de “não-cidade” e de "ninguém" são espaços ausentes, ignorados ou caídos em desuso. Interessa aprofundar a ideia de esquecimento, mas também de vago, impreciso e incerto (que o sentido da palavra em francês carrega) e de estrangeiro, no sentido mais amplo do termo. Quem o atravessa é o que vagueia, o estrangeiro, o errante. No espetáculo ERRANTE, a cartografia é a do território pessoal, daquele que caminha hesitante, que vacila, que inevitavelmente erra. Constrói-se uma dramaturgia alicerçada no erro, através de uma dupla faceta de ficção e realidade para a construção de um espetáculo que assume pressupostos de conferência. Somos radicalmente sociais e solitários, contraditórios e errantes. O texto cénico, da autoria de Teresa Coutinho, parte de uma reflexão sobre o medo e os desafios de praticar a alteridade, espelhando preconceitos e medos através de uma sucessão de episódios e acontecimentos em torno da dificuldade de aceitarmos o que nos é estrangeiro.
Ficha Artística / Técnica
Criação
Ana Luena & José Miguel Soares
Texto Original
Teresa Coutinho (Residência de criação Ilha Errante)
Encenação, cenografia e figurinos
Ana Luena
Interpretação
Nuno Nolasco, Tanya Ruivo
Música
Zé Peps
Desenho de Luz
Pedro Bilou
Design Gráfico
Joana Areal
Produção Executiva
Sofia Margarida Mota
Estagiária em Assistência de Produção
Jéssica Lopes
Participantes masterclass Ilha Errante
Breno Teixeira, Chissangue Afonso, Gonçalo Ribeiro, Inês Conceição Pereira, Nuno Zúniga, Paula Seixas, Rúben Jaulino, Rui Caeiro, Rui Dias Monteiro, Vanda Narciso
Produção
Malvada - Associação Artística
Residência de Coprodução
O Espaço do Tempo
Apoio
A Bruxa Teatro, Companhia Contemporânea de Dança de Évora, União de Freguesias de Évora, Junta de Freguesia dos Canaviais, União de Freguesias do Bacelo e Senhora da Saúde, União de Freguesias da Malagueira e Horta das Figueiras, Sociedade União Eborence - Bota Rasa
Protocolos
AAEU, ACDE, ASSP, HESE, SDPS, UE
Apoios/Logística
Dourado Distribuição, Queijaria Cachopas, Sopas Graciete
Cofinanciamento
Alentejo 2020, Portugal 2020, Fundo Social Europeu | União Europeia, Compete, IEFP
A Malvada Associação Artística é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura / Direção-Geral das Artes, com o apoio do Município de Évora
Fundada em 2018 por Ana Luena e José Miguel Soares, a dupla responsável pelas criações artísticas e direção deste projeto sediado em Évora, a Malvada aposta num território periférico como centro de criação e reflexão artística contemporânea.
A Malvada tem como fim a realização de projetos de criação que abrangem diferentes áreas artísticas e do conhecimento, frequentemente cruzando disciplinas como a fotografia, o vídeo, a literatura, a música, o teatro e a performance. Promove atividades de criação e fruição artísticas que envolvem a comunidade através da participação ativa em ações de mediação, serviço educativo, acessibilidade e inclusão social, potenciando uma relação de proximidade entre públicos diversificados e a obra artística.
A Malvada realiza projetos artísticos que partem de conceitos explorados numa abordagem multidimensional. Os processos criativos, trabalhados por camadas de sobreposição, caracterizam-se por atividades e criações que se interligam no âmbito de um mesmo projeto. A multiplicidade das suas manifestações resulta em espetáculos, instalações, exposições, edições, performances, projetos site specific e objetos artísticos híbridos. As criações são preparadas em residências artísticas, com o intuito de aprofundar e/ou reforçar a conexão das equipas com os territórios.