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Kabeça Orí é um dos projetos vencedores das Bolsas de Criação d’O Espaço do Tempo (2023/2024), com o apoio do BPI e da Fundação “la Caixa”.

 

Em yoruba, Orí significa cabeça. Mais do que uma parte fisiologicamente estruturada, o Orí é um orixá, um deus, uma divindade pessoal e intransferível. É Orí que irá acompanhar o indivíduo antes de seu nascimento até depois de sua morte. Orí foi uma escolha feita por cada um antes de nascer e uma escolha que continuamente se faz, ou não.

No ocidente, ensinam-nos que a cabeça é uma parte do corpo. Uma parte que abriga o cérebro, que tem uma estrutura composta de ossos, músculos e terminações nervosas. Uma parte que abriga o sistema nervoso. A noção de parte, de desmembramento proposta por lógicas coloniais espelham-se no corpo cidade. O lapso enquanto instituição, a memória estrategicamente fragmentada, o violento soterramento é o palco desse cistema brancae.

É de terra que Orí é feito. Bater a cabeça na terra, no chão, é (em tradições de matriz africana, ressignificadas na diáspora) o gesto, a ação, de máximo respeito e reverência. O ato primeiro antes da gira, da festa, do movimento, do revide.

Apresentações Públicas

15 - 16 novembro
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Ficha Artística / Técnica

Criação e performance
Aoaní Salvaterra e Joyce Souza

Dramaturgia
Monalisa Silva

Música
Xullaji

Percussionista
Emile Pereira

Sonoplastia e operação de Som
Sara Marita

Iluminação
Ariene Godoy

Cenário e figurino
Neusa Trovoada

Fotografia
Joniricos

Produção
Associação Orí Negritudes em Convergência Espiralar

Co-produção
Bolsa de Criação O Espaço do Tempo, com o apoio do BPI e da Fundação "la Caixa"

Projeto financiado pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/ Direção - Geral das Artes

© Bee Barros

Aoaní Salvaterra é natural de Lobata-São Tomé e Príncipe. Mestre em Artes Performativas (ESTC-IPL) e licenciada em Jornalismo (FANOR). Joyce Souza é natural do Guarujá-Brasil. Doutoranda em Arte Contemporânea (Colégio das Artes- UC) e mestre em Artes Performativas (ESTC-IPL).

Fundadoras da Associação Orí, atuam como criadoras, atrizes, performers e educadoras. Juntas desenvolvem o projeto “Kabeça Orí” relacionado a negritudes, diáspora, memória e ancestralidade.

Aoaní Salvaterra & Joyce Souza / Associação Orí (ST / BR)

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