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Dois anos separam Versa-vice de uma peça de Tânia Carvalho que estreou em Marselha numa noite de janeiro de 2020. O nome desta peça era Onironauta. Um nome emprestado daqueles viajantes capazes de controlar os seus sonhos, de moldar, para si mesmos, um mundo de imagens e significados. Havia sete dançarinos no palco. Um número que, como muitas vezes acontece nas obras de Tânia Carvalho, define o tom, traduz uma intenção, trai uma pretensão demiúrgica.

Quantos estarão no palco para apresentar Versa-vice? Até à data, Tânia Carvalho não sabe, ou finge não saber. Onze ou doze, diz. Mas, de um para o outro, vai um mundo de distância! E aqueles que, como eu, têm a sorte de conhecê-la, diriam que se trata de um disfarce.

O diabo está no detalhe, alguns concordarão, mas não só: esta nova peça poderia ter sido chamada de “Oneirofrenia”, em nome daquela condição clínica de outro tempo, categorizada por privação sensorial por falta de sono. Um nome muito sugestivo que, associado ao número doze, não teria deixado de evocar aos amadores do Tarô de Marselha a carta do enforcado (XII), carregando um significado inequívoco: isolamento e doença.

Em vez disso, o título desta nova peça, Versa-vice, soa como uma celebração das nossas emoções. Uma declaração de vida, enquanto guerreamos.

Ao contrário, Tânia Carvalho, como sempre.

Ficha Artística / Técnica

Coreografia & Direção Artística
Tânia Carvalho

Performers
Andriucha, Bruno Senune, Catarina Carvalho, Cláudio Vieira, Filipe Baracho, Luís Guerra, Matthieu Ehrlacher, Nina Botkay, Patricia Keleher, Tânia Carvalho

Iluminação & Direção Técnica
Anatol Waschke

Som
Juan Mesquita

Música
Tânia Carvalho

Cenografia & Figurinos
TBA

Direção Executiva
Vítor Alves Brotas

Administração & Financiamentos
Janine Lages

Produção Executiva & Logística
João Guimarães

Comunicação & Assessoria de Imprensa
Sara Huberty Ramos

Relações Internacionais
Colette de Turville

Produção
Agência 25

Coprodução
Culturgest (Portugal), Estúdio 25 (Portugal), Julidans Amsterdam (Netherlands), La Briqueterie – CDCN du Val-de-Marne / Biennale du Val-de-Marne (France), Teatro Municipal do Porto – Rivoli e Campo Alegre / DDD – Festival Dias da Dança (Portugal), Théâtre Jacques Carat Cachan (France), Theatro Circo (Portugal).

Residências de coprodução
Culturgest (Portugal), Le Gymnase CDCN Roubaix – Hauts-de-France (France), O Espaço do Tempo (Portugal).

Parcerias
Le Gymnase CDCN Roubaix – Hauts-de-France (France), Teatro Académico de Gil Vicente / Convento de São Francisco / Abril Dança em Coimbra (Portugal), Teatro Viriato (Portugal)

Apoios
Câmara Municipal de Lisboa, Polo Cultural Gaivotas | Boavista, Casa-Atelier – Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva.

Tânia Carvalho (1976) nasceu em Viana do Castelo e vive em Lisboa.

Como coreógrafa, com uma carreira de mais de vinte anos de criação, tem tido presença regular em teatros, festivais e residências artísticas, dentro e fora de Portugal. Fez criações para outras companhias, como o Ballet de l’Opera de Lyon (Xylographie), a Company of Elders, em Londres (I Walk, You Sing), a Companhia Nacional de Bailado (S), a Companhia Paulo Ribeiro (Como é que eu vou fazer isto?), a Companhia de Ballet do Norte (3), a Dançando com a Diferença (Doesdicon) e o Ballet National de Marseille (one of four periods in time).

Entre os seus projetos musicais destacam-se Madmud, Idiolecto e dubloc barulin. Em 2018 realizou Um Saco e uma Pedra – peça de dança para ecrã, o seu primeiro filme. Em 2021 iniciou o projeto Papillons d’éternité, com Matthieu Erhlacher.

Em 2022, no âmbito da Temporada Cultural Portugal-França, o Théâtre de la Ville dedica um foco no seu trabalho, apresentando vários espetáculos em Paris.

Prémio Programa Jovens Criadores 2000, com Inicialmente Previsto, foi também galardoada com o Prémio Melhor Coreografia da Sociedade Portuguesa de Autores, com Icosahedron (2012) e onironauta (2021). Em 2019, foi distinguida com o título de Cidadã de Mérito pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Tânia Carvalho

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