Na antiga cultura são-tomense, ululu é o ritual de enterro do cordão umbilical dos bebés no grande quintal de família e de lançamento da placenta ao mar. Assim, segundo as gerações mais antigas, as crianças cresceriam e viajariam pelo mundo mas saberiam sempre regressar à terra onde nasceram. Esta é uma conversa encenada a três vozes, na procura de circularidades, histórias, movimentos e sonoridades que desenhem questões: e se habitar geografias não-humanas for a única solução face à extinção que se avizinha? Como fazê-lo sem desperdiçar a memória de rituais úteis para essa transmutação? Onde deixar pistas para uma eventual fuga em direção ao retorno?
Ficha Artística / Técnica
Direção Artística e Criação
Raquel Lima
Interpretação
Maria Palmira Joaquim, Okan Kayma e Raquel Lima
Cenografia
Eneida Tavares
Desenho de Luz
Lui L’Abbate
Figurinos
Neusa Trovoada
Sonoplastia e Composição Original
Okan Kayma
Vídeo / Filmagens
Sara Morais
Consultora de Cosmovisão Indígena
Tobi Ayé
Apoio à criação
Danilo Lopes
Olhar Externo
Dori Nigro
Produção
Joana Costa Santos
Administração
Agência 25
Coprodução
Teatro do Bairro Alto, Teatro Municipal do Porto / FITEI
Coprodução em residência
OSSO, Alkantara, O Espaço do Tempo
Apoio
República Portuguesa - Cultura I DGARTES – Direção-Geral das Artes
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Raquel Lima é poeta, artista transdisciplinar e investigadora. Tem apresentado o seu trabalho em eventos de literatura, performance, artes visuais, música e ciências sociais, destacando a 8.ª Bienal de São Tomé e Príncipe, na 59.ª Bienal de Veneza, e na 35.ª Bienal de São Paulo. A sua investigação centra-se em oratura, memória, práticas contemporâneas de escape, abstração e cura, e movimentos afro diaspóricos. Publicou o livro Ingenuidade Inocência Ignorância e é uma das co-fundadoras da UNA.