Onyx é um ritual onírico de vácuo e presença, a pausa antes do caos e o próprio caos. Torna turva as fronteiras entre intervenção e sonho, na construção de metáforas, carregadas de silêncio, barulho, informação não linear, peso e flutuação do tempo. Chamamos o vazio, a poesia, o delírio, os corpos carregados e ocupados, em limbos de mantras e máquinas. Movemo-nos em espirais chamando ancestrais e seres futuros. Escutamos vozes de quem nos fez chegar, conversamos entre mundos, divindades e ilusões, sobre memórias futuras de tempos passados que ainda estão por viver. Os monstros que só existem na nossa cabeça vêm nos dizer que a única certeza é a incerteza absoluta.
Como se o corpo não fosse fronteira, como se a história não fosse cheia de ausências, com a certeza de que a imaginação é absolutamente essencial. A revolução pode realmente residir na capacidade de imaginar. Antes, durante e após a ação.