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A Pedra, a Mágoa, parte da observação de pedreiras abandonadas em território nacional, analisando a aceleração de decomposição dos espaços em imagens e comparando-as à ideia social do conceito Família. Posicionando-se na fronteira entre o público e o privado, o coreógrafo procura uma velocidade que conduza o espectador a um espaço mitológico de acolhimento e disrupção, onde a contemplação se proporciona através de milhares de frames por segundo.

- um Fauno para os meus pais -

"Observei o meu país de cima. Lá, os meus pais multiplicavam-se entre cidades e vilas, construindo famílias que não eram minhas. Famílias grandes e famílias pequenas, famílias solteiras ou em grupo, com e sem casas. Mesas cheias e bolsos completamente vazios, famílias com bocas calmas e imagens que são apenas familiares no exterior. Olhando para baixo, vi também feridas abertas na terra, escavações sem fim, umas cuidadas e outras abandonadas, umas cheias de água e outras com gargantas escassas, inspeccionadas por animais de ferro a que decidimos chamar de gruas para que o trabalho pesado não fosse confundido com a exploração animal (o meu pai e a minha mãe sempre foram animais de trabalho). As famílias das pessoas e as famílias dos buracos tornaram-se demasiadas para manter a visão clara, perdi os meus pais e as suas novas famílias (que talvez sejam minhas ou então esses pais nunca me tenham pertencido). Percebo que talvez eu não esteja em lado nenhum, que tudo é um enorme buraco de pedra caída. Não há mais país, nem pais, nem família - tudo é tudo e tudo traz o princípio do nada: recomeçar uma escavação a partir de dentro."

Apresentações Públicas

18 abril, 19h30
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Ficha Artística / Técnica

Direção Artística, Criação e Concepção Plástica
Daniel Matos

Performers e Co-criação
Lia Vohlgemuth, Elia Pangaro e Joana Simões

Colaboração Artística, Arquivo, Fotografia e Vídeo
João Catarino

Banda Sonora Original (a partir de Debussy)
João Galante aka Coolgate

Consultoria Artística
Beatriz Marques Dias

Direção Técnica
Ana Carocinho

Desenho de Luz
Manuel Abrantes

Cenografia
Daniel Matos

Figurinos
Marina Tabuado

Comunicação
Maria Tsukamoto

Direção de Produção
Joana Flor Duarte

Produção
CAMA a.c.

Co.Produção
Teatro das Figuras, Cine-Teatro Louletano, Casa Varela/Cine-Teatro de Pombal - Município de Pombal, Município de Lagos

Residência de Co.Produção
O Espaço do Tempo, Teatro Municipal Baltazar Dias / Estúdio de Criação Artística do Funchal

Apoios
Estúdios Vítor Córdon / OPART, Espaço Alkantara, Casa da Dança de Almada, CAMADA - Centro Coreográfico, O Rumo do Fumo, A Piscina, Estúdio CAB

Coreógrafo, bailarino, performer e artista visual. Tem desenvolvido o seu trabalho enquanto criador, colaborador artístico e bailarino nacional e internacionalmente, colaborando com Ana Borralho & João Galante, Angélica Liddell, Romeo Castellucci, Amélia Bentes, Luís Marrafa, Davis Freeman, entre outros. Desde 2016, o seu trabalho tem-se focado no corpo enquanto área de pesquisa biográfica, física e emocional, questionando e reformulando a ideia de limite. Em 2017, juntamente com Joana Flor Duarte, fundou a CAMA - Associação Cultural, uma estrutura para o desenvolvimento das artes performativas, localizada em Lagos. Assume as funções de direção artística e programação do PEDRA DURA - Festival de Dança do Algarve, bem como a co-curadoria de Verão Azul - Festival Trandisciplinar de Artes Contemporâneas.

Daniel Matos / CAMA a.c.

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