Foi numa esfera armadilhada, toda enquinada, sem castelo à vista, sob o cetim do azul sem andorinhas, que partiram de Lisboa. Descobriram pouca coisa, e não aprenderam nada. Não tanto de grandeza, nem tampouco de valor, se compôs esta viagem – foi sobretudo sangue, suor e lágrimas. E tão pouco desse sal veio sequer de Portugal. Foram acabar por encalhar nuns baixos discursos. Reza a lenda que ainda hoje esses náufragos insistem que é ali, perdida em alto mar, que reside a sua história.
Nau Nau, Maria, a partir da História Trágico-Marítima, propõe-se como uma viagem atribulada por esta que foi a mais magna desventura portuguesa.