Carmo G. Pereira é uma pessoa trans não conforme de género, usa pronomes masculinos e neutros. É branco, tem 40 anos de idade e teve acesso ao ensino superior sem necessidade de ajuda financeira. Vive com dor crónica e uma deficiência invisível desde 2010. É neuro divergente. Em 2008, criou um projeto português ligado à sexualidade, começou a prestar aconselhamento erótico, workshops, formações e tertúlias, sessões de cinema e eventos em 2011. Trabalha desde 2015 com aconselhamento privado não terapêutico, aberto a todas as pessoas e casais ou outros formatos relacionais (com 2 ou mais pessoas) de qualquer orientação sexual, de atração e desejo ou relacional e a todas as identidades de género. Para além do trabalho na área das sexualidades, fazem parte do projeto OUTSIDE IN, um projeto da União Europeia de formação de formadores contra o discurso de ódio com o apoio do Erasmus +. Realiza educação comunitária nas áreas do cuidado, discurso de ódio, construção de comunidade, consciencialização e prazer, desde 2017. Tem formação académica em ciências da comunicação, estudos de género e sexologia e frequenta atualmente o Programa Doutoral em Sexualidade Humana na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Faz parte de uma rede de pares comunitários e participa em algumas formas de ativismo quando lhe é possível.
Sónia Matos, mulher portuguesa cigana, é mediadora sociocultural, fundadora e membro da direção da Associação para o Desenvolvimento das Mulheres Ciganas Portuguesas (AMUCIP), sediada no Seixal. Há 20 anos que trabalha para prolongar os percursos escolares das comunidades ciganas. Antiga auxiliar de ação educativa numa escola básica, acompanha vários grupos de mulheres na sua formação e empoderamento, enquanto conclui a licenciatura em Educação Social.
Virginia Fróis. Nasci numa aldeia junto a um poço de sal gema. Começo o ofício de Escultura na ESBAL, no ano da revolução. Docente na FBAL de1991 até 2021. Funda a Oficina da Criança em Santarém 1976 e em Montemor-o-Novo 1981; Oficinas do Convento 1996; Centro de Artes e Ofícios de Trás di munti 2009, Cabo Verde. Criar e aprender com outros a fazer coisas simples com o disponível. A programação procurou articular ideias, pessoas e lugares, construindo redes ou mapas, novas hipóteses de encontro. Escavo o barro no Montado na Serra de Monfurado e na Ilha de Santa Maria. Procuro um abrigo, entre a terra e o mar, ilhas.
Inês Barbosa é doutorada em Sociologia da Educação (UM, 2016) e tem uma pós-graduação em Performance (FBAUP, 2017). Tem articulado a investigação sociológica com a prática artística e a intervenção sócio-educativa. A sua pesquisa tem incidido nos movimentos de contestação pelo direito à habitação, através da etnografia visual e de metodologias participativas. Dentro deste tema, tem trabalhado com Teatro do Oprimido, fundou o projeto de arquivo fotográfico (A)Briga e organizou exposições e ciclos de cinema na Galeria Geraldes da Silva (2021), CCOP (2021) e Centro Português de Fotografia (2022).
O Estado do Tempo #4