Ana Gago é investigadora no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e militante em coletivos que lutam pelo direito à habitação e à cidade. Estudou o processo de gentrificação turística do bairro de Alfama e atualmente está a investigar a forma como a estrutura de propriedade em Lisboa mudou na última década. É membro da associação Habita e do coletivo Stop Despejos e integra o projeto do Referendo pela Habitação em Lisboa.
Ana Rita Alves é Antropóloga e doutora em Direitos Humanos nas Sociedades Contemporâneas pela Universidade de Coimbra, com a tese "Beyond Loss: Race, Displacement and the Political". Atualmente é coordenadora do projeto "DAM - Memória Africana Digital" promovido pela Associação Batoto Yetu Portugal. Ao longo da última década, Ana Rita tem produzido conhecimento crítico sobre racismo institucional, políticas públicas, território e violência política em Portugal, em diálogo com associações e coletivos periferizados de bairros auto-produzidos e de realojamento. É autora do livro Quando ninguém podia ficar: racismo, habitação e território (Tigre de Papel, 2021).
Adriano a.k.a. Dog nasceu em 1989, Luanda. Em 1993 emigrou com os pais para a Europa, pelo que de Angola pouco se lembra. Conhece a realidade da habitação em Portugal desde que foi viver para a Trafaria com o nascimento do seu primeiro filho, onde conseguiu a sua primeira casa. Passados uns anos, a Câmara Municipal de Almada declarou que o bairro estava em risco, arranjando pretextos para famílias serem excluídas do programa de realojamento temporário. Os habitantes do bairro juntaram-se a dois advogados pro bono e iniciou-se um processo de providências cautelares. Activista e músico, realça os abusos onde há quem tenha a faca e queijo na mão e reconhece que agora há cada vez mais coisas por cantar e mostrar o que está mal. O Dog da família GUNS (Gz's Unidos na Street).
Filipa Cabrita, arquiteta na Seção de Habitação e Construção da Cooperativa Minga, onde contribui para iniciativas na área da habitação, como a CHEE e o AOATAC. Integrou a Equipa de Ação Local do Projeto Piloto “Da Habitação ao Habitat”, do IHRU. Trabalhou com a CM Évora na 1ª fase de implementação da Estratégia Local de Habitação, e com a ADRAL no projeto “Rede Acesso Serviços Interesse Geral do Alentejo”. Integra o consórcio DASH-MSCA Staff Exchange, a Rede Co-Habitar e a Communing Spaces Network.
Inês Barbosa é doutorada em Sociologia da Educação (UM, 2016) e tem uma pós-graduação em Performance (FBAUP, 2017). Tem articulado a investigação sociológica com a prática artística e a intervenção sócio-educativa. A sua pesquisa tem incidido nos movimentos de contestação pelo direito à habitação, através da etnografia visual e de metodologias participativas. Dentro deste tema, tem trabalhado com Teatro do Oprimido, fundou o projeto de arquivo fotográfico (A)Briga e organizou exposições e ciclos de cinema na Galeria Geraldes da Silva (2021), CCOP (2021) e Centro Português de Fotografia (2022).
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