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Kabeça Orí é um dos projetos vencedores das Bolsas de Criação d’O Espaço do Tempo (2023/2024), com o apoio do BPI e da Fundação “la Caixa”.

Começamos por pedir licença, “batemos cabeça” para quem veio antes, re-fizemos um caminho a fim de ritualizar o que a cidade tenta sistematicamente apagar. A vídeo performance Kabeça é um prólogo, um percurso realizado pela cidade de Lisboa, onde reverenciamos, damos adobá, em locais que marcam a história da presença negra neste território. Lugares que em sua maioria não tem nenhuma menção sobre esse passado colonial, escravista mas também de muita resistência e luta. Nesse percurso ritual evocamos essa memória soterrada, refletimos sobre a cabeça e suas muitas formas de entendimento, damos os primeiros passos em direção à Kabeça Orí.

Kabeça Orí é a consequência dessa trajetória. Agora se utilizando da linguagem teatral continuamos essa reflexão sobre a cabeça. Em Yoruba, a cabeça é traduzida como Orí, mais do que uma parte fisiologicamente estruturada, Orí é entendido como um orixá, um deus, uma divindade pessoal e intransferível. Em contraposição ensinam-nos que a cabeça é uma parte do corpo. Uma parte que abriga o cérebro e o sistema nervoso. A noção de parte, de desmembramento proposta por lógicas coloniais espelham-se no corpo, na cidade, nos sentidos, na memória em constante fragmentação.

Em diáspora, no palco, duas mulheres negras somam seus passos, constroem um caminho.
Entre fragmentos e conexões, como perturbar o esquecimento? Como não perder a cabeça? Como mantê-la erguida?

15 - 16 novembro

Oficina Magina ver mapa

[ESTREIA]

› 15 de novembro @ 21h30
› 16 de novembro @ 19h00

A partir dos 12 anos de idade
Aprox. 80 minutos

Entrada gratuita mediante reserva para +351 913 699 891 ou para info@oespacodotempo.pt.

© Joníricos
© Joníricos
© Joníricos
© Joníricos

Ficha Artística / Técnica

Criação e performance
Aoaní e Joyce Souza

Dramaturgia
Monalisa Silva

Música
Xullaji

Operação de Som
Sara Marita

Percussionista
Emile Pereira

Iluminação
Ariene Godoy

Cenário e figurino
Neusa Trovoada

Fotografia
Joniricos

Produção executiva
Nig d’Alva

Produção
Associação Orí - Negritudes em Convergência Espiralar

Co-produção
O Espaço do Tempo

© Bee Barros

Aoaní Salvaterra é natural de Lobata-São Tomé e Príncipe. Mestre em Artes Performativas (ESTC-IPL) e licenciada em Jornalismo (FANOR). Joyce Souza é natural do Guarujá-Brasil. Doutoranda em Arte Contemporânea (Colégio das Artes- UC) e mestre em Artes Performativas (ESTC-IPL).

Fundadoras da Associação Orí, atuam como criadoras, atrizes, performers e educadoras. Juntas desenvolvem o projeto “Kabeça Orí” relacionado a negritudes, diáspora, memória e ancestralidade.

Kabeça Orí

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