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A beleza será convulsiva ou então não será […] será erótico-velada, explodente-fixa, mágico-circunstancial, ou não será beleza.” — André Breton, O Amor Louco (1937)

Como pretexto para a celebração dos 100 anos do Surrealismo, resolvemos encenar uma peça de teatro a que demos o nome de Explodente-fixa, a partir de textos do escritor russo Daniil Kharms (1905-1942). A escolha de Kharms prende-se naturalmente com a sua persistência em criar um sistema poético contra o sentido, acto libertador na sua essência. No seu teatro, Kharms rejeita a trama dramática usual; é do choque dos diversos elementos teatrais que deverá surgir um novo sentido, transcendendo aquilo que a simples razão carreia. As peças aparentam assim uma grande desordem, misturando-se nelas os géneros e as réplicas, para um teatro não emotivo e antinarrativo marcado pela justaposição de efeitos cénicos que erradica qualquer tipo de significado e didatismo. Seguindo a tradição ortodoxa surrealista esta criação será colectiva, um cadáver-esquisito escandalosamente belo a sonhar nas ruínas da história.

2 março, 21h30

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› Ensaio aberto
› A partir dos 18 anos de idade
› Duração aprox. 45 min

Reservas via SMS para +351 913 699 891.

Ficha Artística / Técnica

Ideia Original
Nuno Marques Pinto

Dramaturgia, encenação, interpretação e música
Inês Tartaruga Água, Nuno Marques Pinto, Vasco Alves, Xavier Paes

Co-Produção em Residência
O Espaço do Tempo

© Inês Pinto

Actor, performer, rádiotransmissor, músico.

O seu trabalho é uma reflexão sobre a voz e as suas implicações linguísticas. Dá primazia às formas pré-verbais da linguagem com o intuito de transformar e transtornar a sua lógica discursiva, utilitária e funcional. Privilegia-se a voz ou as vozes enquanto corporeidade, onde o respirar, o ritmo, o agora da presença carnal têm precedência sobre o logos.

Explodente-fixa

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