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Vado e non torno é um projeto que pretende testar as fronteiras disciplinares e dos meios performáticos, a partir da apropriação e transposição de conceitos associados à glitch art que explora o erro e a realidade ficcionada, com a intenção de compreender e representar o “tempo real”.

Com direção artística e performance de Óscar Silva e Mauricio P. Castro, também na dramaturgia, pretende concretizar-se unicamente no plano real, implicando o corpo do outro que cocria e observa simultaneamente. Em Vado e non torno, Maurício P. Castro parte do capítulo 6 de Ulysses, de James Joyce, para levar o performer solitário (Óscar Silva) e o público numa jornada introspetiva e irónica sobre a morte e o além. No espaço sombrio a que poderemos chamar palco, somos levados a testemunhar as tentativas – quase sempre falhadas do ator a tentar emergir das sombras para proclamar a grandiosidade do momento performativo.

Em oposição à criação artística como uma unidade coesa e com totalidade de sentido, em Vado e non torno, centrada na presença do outro, quem faz e quem vê, explora-se a consciência extrema do evento artístico como acontecimentos impuros. Investe-se na margem de risco e de imprevisibilidade, não como uma obsolescência descartável, mas enquanto metodologia crítica. Aliada à narrativa da viagem obscura de Bloom em Joyce, o performer conduz-nos pelas profundezas de um submundo, revelando a história de um explorador em Polcenigo, Itália, e suas experiências amorosas e existenciais em lugares como Gorgaz e Orrido di Val Celina. A encenação procura sempre desafiar os limites do tempo e da percepção humana, convidando o público a confrontar a efemeridade da vida e a eternidade da morte. O conflito vive assim da presença física do público que é desafiada e redefinida, à medida que o espetáculo questiona as noções convencionais de realidade e mortalidade, revelando o “Inferno” como uma metáfora do tempo medido em segundos e milénios.

Neste mergulho existencial, o espetáculo transcende as fronteiras da narrativa teatral tradicional, forçando o público a confrontar sua própria mortalidade e a explorar os mistérios do além.

Este espetáculo é dedicado a Sylvia Soares.

17 abril, 21h30

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[ANTESTREIA]

› A partir dos 16 anos
› 60 minutos

Entrada gratuita mediante reserva para +351 913 699 891 ou para info@oespacodotempo.pt.

 

Ficha Artística / Técnica

Direção e conceção
Óscar Silva

Encenação e texto
Maurício P. Castro

Interpretação
Óscar Silva

Atriz convidada
Elena Giusti

Interpretação e criação musical
Cláudio Nascimento

Coprodução em residência
O Espaço do Tempo

Produção executiva
Joana Gomes, Rita Piteira

Comunicação e assessoria de imprensa
Rita Piteira

Apoios
Fábrica da Criatividade e Câmara Municipal de Castelo Branco

Apoio – República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes

Agradecimentos
Lívio Mangina e Laura Trevisan

Produção
Terceira Pessoa

É uma estrutura que desenvolve projetos artísticos, com especial enfoque nas artes performativas e na área dos cruzamentos disciplinares, desde 2012. A sua ação centra-se em três eixos principais: (1) produção e criação de objetos artísticos; (2) desenvolvimento e aproximação dos públicos às linguagens artísticas contemporâneas, através de metodologias participativas e colaborativas regulares; (3) organização de ciclos de programação artística pluridisciplinar que potenciem a circulação de criadores contemporâneos e o acesso público das populações a propostas de índole contemporânea e experimental. Ao longo dos anos, a TERCEIRA PESSOA tem vindo a diversificar os seus projetos através de uma crescente pluralidade de ofertas, alcançando várias tipologias de públicos e contextos sociais, culturais e geográficos, contribuindo para a valorização e enriquecimento da oferta cultural da sua zona e do país.

De destacar ainda as parcerias e protocolos de colaboração com várias entidades como municípios, teatros, estruturas de criação e associações, estabelecendo dinâmicas de trabalho colaborativo e sustentado. A Terceira Pessoa é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura / Direcção Geral das Artes.

Vado e non torno

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