Cadências crioulas, dez mil vezes desdobradas é um dos projetos vencedores das Bolsas de Criação d'O Espaço do Tempo (2024/2025), com o apoio da Fundação "la Caixa" e em colaboração com o Banco BPI.
Em Cadências crioulas, dez mil vezes desdobradas, Malvin Puerca de Goma e Inés Sybille Vooduness deslizam em interrogações contaminadas pelos gémeos Marassa da iconografia em movimento do vudu. Num gesto de fuga subterrânea e simultaneamente leve, os bailarinos trabalham num imaginário-forgeron, uma poética metálica, espiralada, pegajosa, divertida e perigosa. Como uma rede de conexão diaspórica, o Kuduro de Angola, o Dancehall da Jamaica e o Dembow dominicano permitem-lhes flertar ironicamente com cornos, pistolas e lamentos. Através do sincretismo desta confusão de códigos em que Malvin e Inés mobilizam e produzem memória, esta união reterritorializa uma espiritualidade erótica, protetora e estratégica.